Se tem uma coisa que desadmiro por completo é o culto da mediocridade. Da auto-mediocridade, então… É certo: é mais fácil ser pior do que se pode ser do que ser o que se pode, mais difícil ainda ser melhor. Por alguma lógica, no ser grande caberia também o ser pequeno. Acontece que curvar-se pra alcançar o solo, onde mora a precariedade, entorta a coluna. A coluna e o caráter.
E o culto da curvatura da coluna (e do caráter) é tão desprezível, que chega a soar como esnobe a minha imensa vontade de virar as costas e mudar de canal. Mas esnobe é ainda a posição de quem se vê de pé tentando desafogar os corcundas. Pior ainda se agachando pra ajudar (podendo é acabar ficando lá por baixo mesmo).
(E nesse joguinho aparece um monte de farrapo querendo levar a fama de tecido muito bem do emaranhando. Vidro quebrado se passando por diamante.)
Ah, quando devaneio! Só pra lembrar: quem é diamante e se acostuma a oferecer migalha, migalha vira. Às migalhas não se oferece diamante. E é fato: é preciso se recusar a aceitar e a oferecer migalha. Sempre. Pra não se acostumar.